Fervura no Clima e uma ilustração de turbina eólica.

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INSPIRAÇÃO PARA ENFRENTAR O AQUECIMENTO GLOBAL

Fervura no Clima e uma ilustração de usina termelétrica sendo desativada.

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A cúpula do clima do Biden

Sabe o momento no filme de James Bond ou de Superherói em que os líderes mundiais são apresentados em telas de TV gigantes, numa sala de controle, para responder às ameaças feitas ao planeta Terra pelo mega vilão? Foi o que me lembrou a Cúpula do clima do Joe Biden, na última quinta-feira, 22 de abril.  

Entrei na transmissão já na fala do presidente dos EUA. Ele parece o presidente dos Estados Unidos.Traz o tom e o “physique du role” do cargo. Depois dele é a vez do chefão da ONU, Antônio Guterres, que lembra um líder da ONU de filme. Guterres é seguido pelo Xi Jinping, presidente da China, que começa a falar em Mandarin, sem tradução. Quando o áudio do tradutor é liberado, após uns bons 15 ou 20 segundos, ouvimos, em inglês, algumas frases bonitas sobre a harmonia entre a natureza e o homem. Mas não ficou só nisso. Jinping promete reduzir o uso do carvão e trabalhar com os EUA e o resto do mundo pelo controle do aquecimento global. Logo depois aparece — numa ordem que só pode ter sido determinada por Hollywood — o  primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com um semblante mais indiano impossível, ao menos na minha cabeça. 

Se eu me detenho no formato é porque me pareceu inédito. Não é sempre que 40 chefes de estado se reúnem assim tranquilos num Zoom sem maiores formalidades. Quero crer que vamos olhar para este vídeo no futuro como um marco. O motivo da reunião não foi nenhuma guerra ou ataque de alienígenas: foi a mudança do clima. Joe Biden queria convencer o mundo de que os Estados Unidos vão levar o assunto a sério depois de quatro anos do mais nefasto obscurantismo de Donald Trump. E o mundo estava disposto a ouvir, me pareceu que respirou aliviado, sobretudo a Alemanha. Mas não só. Putin se declarou interessado em receber propostas estrangeiras de energia limpa. Até mesmo Bolsonaro prometeu zerar o desmatamento (“ilegal”) e adiantou em dez anos – para 2050 – o prazo brasileiro de emissões “net zero”. 

Se vão trabalhar para isso de fato ou não são outros quinhentos. Meu ponto é que houve uma mudança de paradigma ou, se quiser, uma transformação do Zeitgeist. Biden conseguiu reunir o mundo em torno da mudança climática em um momento de pandemia.
E todos prometeram se empenhar para baixar suas emissões. Está cada vez mais claro
que quem sair na frente na corrida de economia de baixo carbono estará em situação de vantagem e não o contrário como se pensava até pouco tempo atrás. Não é por acaso que se fala muito em financiamento. Quem investir na nova economia será recompensado. 

As novas metas anunciadas pelo Biden são audaciosas para os EUA. Ele não disse como vai cumpri-las. Mas será preciso algo como trocar o carvão, hoje responsável por 19% da eletricidade dos EUA, por energia solar e eólica (+ baterias) e um aumento de veículos elétricos dos atuais 2% para próximo de 50% da frota (mais de 100 milhões de veículos). Para o Brasil alcançar a meta de cortar emissões pela metade até 2030 bastaria prender os criminosos responsáveis pela derrubada ilegal de florestas no país.    

 

Matthew Shirts

Colunista de Fervura

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