Fotos realizadas na cidade de Brumadinho, perto na área do escritorio da Vale durante buscas por corpos de funcionários. Foto: Gabi Di Bella/Direitos Reservados
Fujam para as montanhas! Ou marte…
Opa, espera, não, lê a coluna antes. Torta de Climão voltando aos poucos 2024, com aquelas dicas do que ler, ver e ouvir enquanto você tenta achar soluções para viver na era do aquecimento global e tenta ser otimista em meio às mudanças climáticas!
Venho aqui com um pouco de política, um pouco de ciência e uns memes, e a gente vai levando. E um pouco de paz em tempos de guerra, até porque guerra de sustentável não tem nada.
Estou aqui para quem sabe, talvez, ajudar, quem estiver interessado em saber mais e entender melhor esta loucura climática… dicas rápidas, onde ir, o que buscar enquanto passam as fortes chuvas de verão!
A mudança do mundo só virá com a mudança de ideais culturais.
(Des) Aniversários
Ah… janeiro e fevereiro… meses de chuva no Brasil e que terminam sendo marcados por datas para lembrarmos algumas tragédias. Algumas provocadas falta de preparo e planejamento diante de causas previsíveis tais como a obviedade de que vai chover demais nesta época do ano. Outras pela ganância e a ideia de usar o desastre como forma de controle de uma certa região.
Brumadinho
Este ano o desastre provocado em Brumadinho pelo rompimento da barragem fez 5 anos. Cinco anos que um mar de lama tóxica passou por cima de tudo que viu pela frente, destruindo todo o meio ambiente e matando 270 pessoas. Estas fotos são de quando aconteceu a tragédia. Fui lá cobrir e sei que é quase impossível passar para em imagens o verdadeiro tamanho desta catástrofe.
Tragédia de Brumadinho – busca dos bombeiros por corpos de desaparecidos.
Foto: Gabi Di Bella /Direitos Reservados
Bandeira do Brasil manchada com lama da tragédia que foi pendurada no centro dos Bombeiros.
Foto: Gabi Di Bella /Direitos Reservados
São Sebastião
Dia 19 de janeiro também foi relembrada a tragédia na vila Sahy em São Sebastião, no litoral de São Paulo. E a prefeitura além de ainda não ter resolvido o problema das pessoas que ficaram sem casa, decidiu comemorar… isso mesmo, comemorar com um show. No fim o evento não teve muito público, como podemos ver nesta matéria do G1.
Já imaginou os dinossauros comemorando que o meteoro bateu na terra. Talvez não seja para tanto, mas tá quase…
Tem gente tentando ajudar
O fotógrafo Mário Barila vende fotos para transformá-las em árvores em áreas degradadas em diversas regiões do Brasil. Ele fez isso em São Sebastião, onde ajudou a reformar o viveiro da cidade. As mudas lá produzidas ajudam a reflorestar a área que foi destruída pelo deslizamento de terra que provocou o desastre. Unindo fotografia e sustentabilidade, usando os recursos da venda das suas fotos para realizar ações sociais e ambientais. O projeto Água Vida já plantou milhares de árvores em Mariana e Brumadinho, tem ações de reflorestamento em andamento em Fernando de Noronha, na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal. Para conhecer e colaborar com o trabalho do fotógrafo pode acessar seu site, www.mariobarila.com.br, sua conta no Instagram @barila.
E tem gente tentando atrapalhar…
É inacreditável, mas tem uma startup que está tirando gelo da Groelândia para que os 1% mais ricos do planeta, que é a parte da população que mais polui, possam ter um gelinho especial em sua bebida em Dubai. Nós nem estamos precisando deste gelo para diminuir a temperatura do oceano, imagina se estivesse precisando né?
Inacreditável não?
Mas ainda há Guardiões!
Pra quem quiser entender mais sobre a luta de quem ainda vive e protege a floresta e por consequência mantém este planeta amigável à sobrevivência humana recomendo “Somos Guardiões” , um filme com direção de Edivan Guajajara,Chelsea Greene e Rob Grobman e que tem no elenco Puyr Tembé, Tadeu Fernandes e Marçal Guajajara. Está no Netflix, e tal como em “O Território” que já foi comentado nesta coluna, este documentário também mostra como é enfrentar esta máquina de destruição e como é a luta destes guardiões para que todos possam continuar respirando. Dois belos filmes sobre um tema que o Brasil ainda tem que enfrentar. Há esperança em quem, como estes indígenas, ainda não desistiu! Veja o trailer aqui: https://www.youtube.com/watch?v=C9Vuf9mZAlg
Hoje a fala é do astrofísico Neil deGrasse Tyson
Para quem não entende inglês um resumo aqui: Ele fala que se estamos destruindo o planeta como estamos fazendo agora, com plástico nos oceanos, mudança climática, emitindo carbono em excesso, e já temos a capacidade de transformar o planeta marte em algo parecido com a Terra, ele usa o termo “terraforme”, então porque não utilizamos todo este potencial para recuperar e salvar o nosso próprio planeta? Eu acho que faz todo sentido. Afinal, porque há tanto dinheiro sendo investido em algo tão difícil e absurdo quanto transformar aquele planeta seco e inabitável em um lugar para onde vamos mandar humanos, e não nos ocupamos em usar esta tecnologia para resolver nossos problemas por aqui? Acho que é no mínimo uma boa pergunta.
Tem alguma ideia, crítica, sugestão? Quer divulgar alguma coisa aqui na coluna? Quer que mande a coluna no seu email?
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