Até 2030, 100 milhões de pessoas serão obrigadas a deixar seus empregos e ingressar em diferentes vagas.
A economia de baixo carbono deve representar a principal alternativa de recuperação do mercado de trabalho – ainda antes do fim da pandemia – e pode gerar mais de 2 milhões de vagas de emprego no Brasil até o final da década.
O relatório de pesquisa intitulado “O Futuro do Trabalho após a Covid-19”, produzido pela McKinsey, empresa de consultoria, afirma que, em menos de 10 anos, a automação pode atingir um em cada 16 trabalhadores (100 milhões de pessoas) nas oito principais economias cobertas pelo estudo, que inclui Estados Unidos, China, Alemanha, Reino Unido e Japão.
Na maioria dos cenários avaliados, a transição econômica pode até superar as mudanças na agricultura e na manufatura ocorridas no passado.
Investimentos em energias renováveis, em tecnologias de alta eficiência energética e na adaptação e mitigação das mudanças climáticas representam uma nova demanda por trabalhadores em diversas ocupações.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em um futuro sem emissões de gases de efeito estufa, apenas na América Latina 7,5 milhões de empregos seriam perdidos em setores relacionados a combustíveis fósseis e produção de alimentos de origem animal.
Entretanto, outras 22,5 milhões de vagas apareceriam em áreas como agricultura, energias renováveis, infraestrutura e reflorestamento.
Um outro estudo, publicado pelo instituto de pesquisa WRI Brasil, afirma ainda que essa transição para uma economia de baixo carbono pode gerar mais de 2 milhões de vagas somente no Brasil e adicionar 2,8 trilhões de reais ao PIB do país até 2030.
Emprego verde é o nome das vagas de trabalho deste século, responsáveis por criar maior resiliência às mudanças do clima e reduzir impactos do aquecimento global. Outros países já deram a largada, mas ainda há tempo para o Brasil investir nos empregos do futuro.
Texto: Pedro Braga