“O equipamento de medição de dióxido de carbono que mantém os registros icônicos da Curva de Keeling (@Keeling Curve, no Twitter) deixou de receber energia às 18h30 de 28 de novembro e não está registrando dados no momento”, informou a Scripps Institution of Oceanography, da Universidade de San Diego. O pane se deu em função da erupção do vulcão Mauna Loa na ilha grande de Havaí no meio do oceano Pacífico. A estação de monitoramento, montada pelo lendário estudioso Charles David Keeling em 1958, é uma das peças chaves da climatologia moderna, e responsável em parte pela confirmação científica do aumento contínuo de níveis do principal gás de efeito estufa na atmosfera. Keeling escolheu o local remoto e vulcânico, sem vegetação, para evitar a contaminação de seus dados, que passaram a ser o padrão ouro da ciência do clima (veja mais em: https://serrapilheira.org/como-sabemos-que-o-mundo-esta-esquentando/.
Existem hoje outros pontos de medição no planeta, na Antártida, inclusive, mas a interrupção na estação mais conhecida de medição de CO², que pode durar meses, não deixa de ser simbólica. A natureza é soberana. Ou, como diz o filho de Keeling, Ralph, hoje responsável pelo monitoramento, “o vulcão fará o que o vulcão fará”.