Duas economistas do Roosevelt Institute nos EUA publicaram um artigo
recente no qual mostram como a eletrificação da economia com fontes de energia
renovável pode ajudar a controlar a inflação.
Seu argumento é simples e claro. Os preços de combustíveis fósseis são histórica e inherentemente voláteis (veja gráfico). Esta volatilidade causa inflação. Quando sobe o preço de petróleo aumenta o custo de quase tudo. E, segundo Lauren Melodia e Kristina Karlsson, autoras do artigo do Roosevelt Institute, esta inflação tende a provocar recessões também.
Ninguém controla os preços dos combustíveis fósseis. São commodities escassas vendidas no mercado mundial. Pensei nisso ao saber que mais um presidente da Petrobrás havia side demitido em uma tentativa, diz-se, de controlar o preço da gasolina. Tive uma sensação de DejaVu. Parece que isto acontece com certa regularidade. Ao mesmo tempo, acompanhava eu a discussão nos EUA, onde o presidente Biden liberou reservas estratégicas de petróleo em uma tentativa de baixar o preço da gasolina naquele país. Os EUA são o maior produtor mundial, mas mesmo assim sofre os efeitos inflacionários provocados pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
A melhor, quiçá a única maneira de evitar a inflação e potencial recessão provocadas pelo preço de petróleo, segundo as autoras do Roosevelt Institute, é: “facilitar a transição para energias renováveis e o abandono das fósseis”. Os motivos são diversos. Vou destacar alguns, seguindo sempre o artigo do Roosevelt Institute.
- O setor elétrico produz preços mais estáveis historicamente; sua taxa de inflação histórica é menor que a de gasolina e gás (também).
- O preço da eletricidade de fontes renováveis é mais estável.
- O preço de renováveis tende a cair.
De acordo com as autoras, a rápida transição para energia solar e eólica poderá economizar 26 trilhões de dólares nas próximas décadas.
A mim me parece ser um bom negócio.
Você pode ler o artigo em inglês.
Ouça este podcast com as autoras em inglês.