Por Gabriela Di Bella
Com um pouco de política, um pouco de ciência e um pouco de meme de urso polar, a gente vai levando. E um pouco de paz em tempos de guerra. (Já deixando claro que esta coluna apoia todo e qualquer plano de paz acima de qualquer coisa). Estou aqui para quem sabe, talvez, ajudar, quem estiver interessado em saber mais e entender melhor esta loucura climática… dicas rápidas, onde ir, o que buscar.
A mudança do mundo só virá com a mudança de ideais culturais.
“Hey, Greg, você quer brincar de ser humano?”
“Claro ,Steve”
“Eu me sinto tão deprimido”
“Eu tenho que dirigir para ir ao trabalho, para poder pagar pela gasolina, para poder ir trabalhar amanhã novamente.”
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A ativista Greta Tunberg foi presa novamente, desta vez lutando contra a indústria do petróleo e gás junto com o grupo do Fossil Free London. Greta é uma das maiores celebridades do clima. E os poderosos da Europa não cansam de prendê-la e levar para a cadeia. . As novas gerações já perceberam que a verdadeira conta será paga por elas e estão agindo. Seguir o que estão fazendo é uma boa! Deixo os links para os dois perfis:
https://www.instagram.com/fossilfreelondon/ e o da Greta https://www.instagram.com/gretathunberg/
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Enquanto eles lutam por lá tentando, pelo menos, atrapalhar os eventos que promovem um sistema viciado em poluir a terra e o ar, eu fico aqui pensando na aposta que o geógrafo e ativista Bruno Araújo (_bruno_araujo) fez: Quem será que vai vencer essa briga?
https://www.instagram.com/reel/Cylb1pfpO1c/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==
Infelizmente nós temos guerras internas em curso, mas podemos acompanhá-las e ajudar nesta luta…
No site e no instagram da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (@apiboficial) é possível ter ideia de tudo que está rolando nas lutas dos povos originários no país. O presidente Lula terminou não vetando por completo o projeto que inclui a questão do marco temporal. Portanto, a luta continua. Afinal, como disse o próprio Lula, é para cobrar dele mesmo em todas as questões. Seguir a APIB e, mais que isso, apoiar as suas campanhas também é ótimo para colocar pressão política para que projetos que causam retrocessos como esse não passem despercebidos pelos brasileiros.
A política desta tese é complexa. Se você quer se aprofundar um pouco no tema pode ler a história de amor e luta que contei nesta reportagem: https://dialogochino.net/pt-br/mudanca-climatica-e-energia-pt-br/375291-terras-indigenas-jaguara-marco-temporal/
Nela falo sobre como Txai Suruí e Tiago Djekupe lutam contra essa forte ameaça à preservação das terras e dos povos indígenas. Afinal, como diz Txai: “Não estamos falando só da vida dos povos originários, estamos falando da vida de cada um e da vida inclusive daqueles que estão decidindo contra nosso futuro”.
Os indígenas que primeiro sofreram com a violência dessa tese, o povo Xokleng, de uma reserva em Santa Catarina, enfrentam ameaças constantes e pedem ajuda. Tem uma campanha de arrecadação para ajudar a anciã Talita Caxias Popó, que perdeu a sua casa na Terra Indígena Laklãnõ por conta do fechamento de uma barragem. A artista Jaguatirika (@abyayalese) está apoiando com sua arte. Você pode doar via pix.
Infos neste link do insta:
https://www.instagram.com/p/CyjdtRTRmpQ/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==
Esse não é para ler rapidinho… é para degustar com tempo
Desta vez o livro da semana é um calhamaço, de mais de 700 páginas. “A queda do céu”, de Davi Kopenawa. Esta é a obra que, pelo menos para mim, deveria ser considerada uma “bíblia” da concepção de mundo verdadeiramente brasileira, originária, anterior à colonização. É para ler na rede, com tempo, em um domingo, ou muitos domingos.
Nele Davi fala sobre a nossa sociedade como a da mercadoria e apresenta outras belíssimas visões de mundo, belas e importantíssimas. Deixo aqui um trecho que eu acho muito relevante:
“Gostaria que os brancos parassem de pensar que nossa floresta é morta e que ela foi posta lá à toa. Quero Fazê-los escutar a voz dos xapiri, que ali brincam sem parar, dançando sobre seus espelhos resplandecentes. Quem sabe assim eles queiram defendê-la conosco? Quero também que os filhos e filhas deles entendam nossas palavras e fiquem amigos dos nossos, para que não cresçam na ignorância. Porque se a floresta for completamente devastada, nunca mais vai nascer outra. Descendo desses habitantes da terra das nascentes dos rios, filhos e genros de Omama. São as palavras dele, e as dos xapiri, surgidas no tempo do sonho, que desejo oferecer aqui aos brancos. Nossos antepassados as possuíam desde o primeiro tempo.”
Muita água fora de lugar, e muito calor provocando seca histórica…
Enquanto chove muito nos estados do sul, no norte a seca já impacta mais de meio milhão de pessoas. Na Amazônia rios inteiros sumiram, literalmente. Logo vamos falar mais sobre isso. As imagens são chocantes. Algumas você já deve ter visto.
Infelizmente, isso tudo foi previsto pelos cientistas, mas eles foram pouco ouvidos mundo afora. Estudo da Rede Mundial de Atribuição, de cientistas dedicados a medir as causas de eventos extremos, atesta que as mudanças climáticas (antropogênicas) foram o principal fator na onda de calor que atingiu o Brasil, e não o El Niño.
Para piorar, as queimadas seguem destruindo o ar e a floresta. Em Manaus está irrespirável há dias. Parece cena de filme apocalíptico, não acredita? Clica ai: https://www.instagram.com/reel/CyRuveeP6_3/?utm_source=ig_web_copy_link
Preservar a floresta é chave para que tudo isso deixe de acontecer!
Quase adotando a atitude do Carlos, o apresentador de previsão do tempo sincerão
Também foi um final de semana fervendo no centro oeste do país onde as temperaturas bateram 43 ° C. Então, talvez a gente tenha que agradecer também ao Carlos pelo lembrete…
https://www.instagram.com/reel/CwGlK8ughD8/?igshid=YTUzYTFiZDMwYg%3D%3D
Algo que me lembra uma história sobre o El Niño em nossas vidas
Comecei a coluna passada recomendando o livro de um grande contador de histórias, o agora imortal da ABL, Ailton Krenak. Hoje eu vou tomar a liberdade de começar a contar uma história que aconteceu comigo… Prometo que é tão engraçada quanto trágica. Foi um dos muitos fatores que levou uma criança a se preocupar com o que seria a tal da “mudança climática”. Vou dividir em partes para ficar mais curtinho…e deixar você querendo mais.
Tudo começa às 5h da manhã de um dia de maio ou junho… de algum ano ali por 1992 ou 93. Éramos cerca de 80 alunos de colégio. Iríamos fazer uma feliz viagem até as aclamadas Missões Jesuíticas, considerado patrimônio cultural pela UNESCO. Não conhece? Tá aqui o link: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/39
Um pouco de histórico: as missões talvez tenham sido um dos poucos lugares onde os invasores/colonizadores tenham convivido “em paz” com os indígenas. É bastante questionada esta versão, mas para uma criança ela servia como uma grande utopia e um primeiro contato com a história do que um dia foi o povo guarani no Rio Grande do Sul. De qualquer maneira a paisagem das Missões é deslumbrante. Vale a visita, agora se valeu a viagem…eu não sei.
Bom, dois ônibus partiram da porta da escola rumo a Santo Ângelo; seriam 8 horas de viagem até lá. Meu ônibus ia lotado de crianças com idades entre 9 e 11, 12 anos.. o caos instaurado ao primeiro virar da esquina de distância do abano dos pais. Logo que pegamos a estrada, começou a chover. A neblina era forte, eu não sei nem como o motorista enxergava a estrada. Eu, como de costume, estava sentada em dos bancos das primeiras fileiras… (segue)
Semana passada foi a mensagem de Olívio Jekupe, hoje deixo um comentário maravilhoso do escritor Nêgo Bispo, clica! Vale a pena!
https://www.instagram.com/reel/CyJEAufuhfx/?igshid=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D
Tem alguma ideia, crítica, sugestão? Quer divulgar alguma coisa aqui na coluna?
Manda no email: tortadeclimaoextremo@gmail.com