Ao ler de Jane Fonda um post no qual revela que está com câncer dei uma chorada. Menos pela notícia da doença, curável, diz ela, e mais por sua insistência e coragem em continuar a protestar contra o aquecimento global, apesar do tratamento de quimioterapia. Jane Fonda segue inspiradora, aos 85 anos de idade. A atriz, ganhadora do Oscar (2), termina o texto no Instagram com a frase: “…conte comigo para estar junto com você para crescer nosso exército de campeões do clima”.
Desde minha infância, passada nos EUA durante a década de 1960, Jane é uma ídola. Lembro-me do impacto emocional de seus filmes, Os cavalos também se abalam (1969) e Klute (1971). Eu era muito novo e esta era uma época de ouro para o cinema e a cultura em geral daquele país. Meus pais me carregavam para assistir estas obras e eu saía do cinema sempre alterado (para sempre). Jane iria também para o Vietnã protestar contra aquela guerra medonha, faria vídeos em VHS de ginástica para apoiar a carreira política do então marido, Tom Hayden, um dos sete de Chicago (veja o filme na Netflix), e se casaria depois com outro ídolo meu, o Ted Turner, fundador da rede CNN de notícias.
Quando em 2019, aos 82 anos de idade, Jane se mudou para Washington D.C. para se dedicar às manifestações semanais contra a crise climática em frente à Casa Branca, inspirada por Greta Thunberg e Naomi Klein, me tocou a alma mais uma vez, confirmando a importância do ativismo climático, sem nunca perder o bom humor e o talento pelas comédias (veja sua obra completa). Muita saúde e longa vida para Jane Fonda! Atualmente ela posta no @Youtube uma entrevista na primeira sexta-feira de cada mês junto com Greenpeace (Fire Drill Fridays, veja no https://firedrillfridays.org/).