Todos os esforços estão sendo feitos para que a transição energética seja acelerada em direção ao uso das fontes renováveis e não poluidoras, mesmo que restrições pontuais ao gás russo tenham provocado uma momentânea expansão do carvão.
A escassez hídrica provocada pelo aquecimento global tem se tornado um dos grandes problemas geopolíticos com influência imediata na economia global. A escassez hídrica pode afetar a economia brasileira, principalmente porque 60% da matriz energética brasileira é de fonte hídrica.
Programas para incentivar a economia circular estão na ordem do dia, cuja expansão se faz necessária até que se atinja o índice de lixo zero em todas as comunidades.
O desmatamento zero das florestas ainda existentes se torna uma premissa prioritária a fim de conter o aquecimento global e preservar a biodiversidade. A velocidade do desmatamento é exponencial enquanto a restauração florestal anda a passos de cagados, muito embora existam ótimas iniciativas e de sucesso. É preciso inverter rapidamente essa equação. A restauração promove um enorme contingente de novos empregos. O Brasil possui cerca de 50 milhões de hectares de área degradada passíveis de restauração.
A eficiência energética além de necessária é também uma fonte geradora de emprego. O Brasil desperdiça a mesma quantidade de eletricidade que uma Itaipu gera por ano.
O tratamento da água e do esgoto além de contribuir para a melhoria da saúde da população pode também ser fonte importante para a geração de receita advinda da economia circular. Como exemplo temos a transformação do lodo do tratamento do esgoto em hidrogênio a ser utilizado pelas indústrias. 53% dos brasileiros não possuem o esgoto tratado.
A destinação correta dos resíduos sólidos preferencialmente através da compostagem, reciclagem se faz ultra necessária. 2/3 dos municípios brasileiros não possuem destinação correta para os resíduos que produzem.
Uma fonte de combustível limpa se faz altamente necessária. A mobilidade elétrica parece estar chegando como solução de transição até que o hidrogênio (verde) se torne economicamente viável. O Brasil deu sua contribuição desenvolvendo o etanol da cana de açúcar como alternativa para os automóveis que circulam em seu território com motor flex. No mundo todo 9 milhões de pessoas morrem devido à poluição do ar.
A produção de hortifrutigranjeiros localmente, além de promover uma melhora na qualidade da alimentação dos cidadãos, ajuda a evitar doenças segundo a medicina de estilo de vida, evita também a emissão de carbono além de proporcionar um incremento na renda dos pequenos e médios produtores locais.
Já para a agricultura de produção massificada se faz obrigatória a busca pela implementação da agricultura de baixo carbono para conter o aquecimento global e a escassez hídrica. Ao mesmo tempo, um aumento na produtividade ajudaria nos esforços do desmatamento zero das florestas.
Essa nova agricultura se faz obrigatória não só para contribuir para a minimização do aquecimento global, mas também por uma exigência do consumidor que cada vez mais deseja produtos mais saudáveis e sustentáveis. Até a China está aderindo a essa exigência.
O capital internacional contemporâneo já está se comprometendo a investir na economia verde de transição para uma economia de baixo carbono. Cerca de US$ 20 trilhões já aderiram a esse comprometimento. Procuram-se projetos que possam ter o equilíbrio socioeconômico-ambiental que incorporam a sustentabilidade.
O Brasil tem o maior potencial de atrair esse capital estruturando projetos que preencham os requisitos necessários.
Falta apenas a consciência política para tal.
Fica o desafio de se institucionalizar um fórum permanente para a discussão da economia verde brasileira como alavancado de seu crescimento, sobretudo priorizando a qualidade de vida de sua população.