Fervura no Clima e uma ilustração de turbina eólica.

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Fervura no Clima e uma ilustração de usina termelétrica sendo desativada.

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“O Sonho Brasileiro”

O NAVE, movimento dedicado à criação e realização do Novo Acordo Verde Brasileiro, composto de lideranças sociais, políticas e especialistas foi criado para alimentar o sonho de combinar o bem estar da população com a preservaçao e restauro do meio ambiente
Candidato Lula conversando com família de pessoas carentes. Foto por Ricardo Stuckert

Desde Dom Pedro II o Brasil apresentou uma trajetória de protagonismo ambiental no cenário global. Além de financiar e incentivar a vinda de inúmeros cientistas e artistas para catalogar a fauna, flora e geografia brasileira, o monarca manteve relação muito próxima com os principais intelectuais da sua época e mais notório ainda realizou o que é até hoje o maior projeto de reflorestamento urbano da história do Brasil, a Floresta da Tijuca. Na segunda metade do século XIX, enquanto a cidade do Rio de Janeiro era acometida por uma severa seca, Dom Pedro II, conhecedor do trabalho de geografia botânica de Alexander von Humboldt, que daria origem ao campo da biogeografia, sabia que a única maneira de conter umidade, recuperar as fontes de água espalhadas pela cidade e arrefecer a temperatura era por meio do reflorestamento com vegetação nativa ao invés da monocultura do café dominante à época. O resultado, um dos maiores êxitos de arquitetura de território e paisagem em qualquer cidade do mundo até hoje com 39.580 km2 de área recuperada e de floresta em pé.

Brasil: Potência Ambiental

Junto ao patrimônio natural do nosso país, esse esforço e as constantes missões diplomáticas brasileiras realizadas por Dom Pedro II fortaleceram a imagem do Brasil como pólo da biodiversidade mundial e potência ambiental na segunda metade do século XIX até a deposição do mesmo em 1889  depois de sua filha assinar a tardia abolição da escravidão formal no Brasil em 1888. Essa imagem continuou a se fortalecer mesmo sem grandes esforços nacionais devido ao aumento das publicações especializadas, como a National Geographic, sobre o país e o aumento da visitação internacional primeiro com os Zepelins e em muito com o avião. 

A mesma imagem continuou de forma bastante lúdica se associando ao modernismo cultural brasileiro principalmente na arquitetura fluida de Niemeyer que dançava com as curvas de nossas montanhas e colocava a natureza como protagonista de seus projetos tal e qual na Casa da Canôas. Até que, com o trágico golpe de 1964 realizado pelas Forças Armadas, o lado mais falho desse modernismo que se desenvolvia se tornou dominante: o dos projetos de larga escala que visavam substituir a natureza pelo desenvolvimento econômico e suas estruturas ao invés de se integrar a ela. E assim, com a sanha de capitalizar o meio ambiente e tornar o Brasil mais uma vez uma colônia extrativista, misto de grande fazenda e imenso garimpo de mineração, foi lançado um dos maiores ataques estatais a qualquer ecossistema na história da humanidade, a incentivada invasão e desmatamento da Amazônia pela ditadura.

O terrível desmatamento durante a ditadura militar

Esse terrível desmatamento que foi a praxe durante a ditadura militar começou a diminuir com o avanço da nossa atual democracia popular após a queda do regime. Em 1992, a Eco 92 começa a resgatar o protagonismo ambiental brasileiro mesmo tendo sido promovido pelo então presidente Collor para desviar a atenção do que viria a ser seu impeachment. Diplomatas, especialistas e ativistas tomaram a frente das negociações e fizeram um trabalho muito importante de redirecionamento do Brasil na agenda ambiental em meio ao contexto caótico que tomava conta do país internamente. Avanços ocorreram então nos governos Itamar e FHC até que tivemos o auge da redução do desmatamento no país, 80%, nos governos Lula. 

O que há de melhor no nosso país

Como exemplo do que há de melhor no nosso país, foi um ex-operário, líder do Partido dos Trabalhadores, que realizou o que fora o sonho do nosso monarca ambientalista, avançando o Brasil ao posto de superpotência ambiental global por meio de ações locais e globais de impacto enquanto tirava o país do mapa da fome, gerava empregos, desenvolvia a economia e melhorava a educação e saúde. Na área ambiental, ao mesmo tempo em que fortalecia os órgãos de proteção ambiental e dos povos indígenas como IBAMA, Instituto Chico Mendes e FUNAI, o presidente Lula criava junto com os governos da Noruega e Alemanha o Fundo Amazônia e era protagonista nos acordos da COP 15 de Copenhagen.

Esse cenário de avanço social e ambiental continuou no primeiro mandato da presidente Dilma, até que com a perda de apoio político no congresso no segundo mandato os indicadores de ambas naturezas começaram a regredir refletindo o caos institucional em que o país entrava e que resultaria no golpe de colarinho branco da ex-presidente. Tal acontecimento, veio a mergulhar o país em 8 anos de retrocesso social, econômico e ambiental. Os últimos dois anos da presidente Dilma, 2015-16, foram inviáveis devido ao colapso institucional promovido pela oposição e à falta de negociação política da mesma. 

Os dois anos de governo ilegítimo de Michel Temer demonstravam o que estava por vir, a destruição da rede de proteção social e o enfraquecimento dos órgãos de proteção ambiental associados a um raquitismo econômico resultante da volta da praga que é o neoliberalismo. Os terríveis 4 anos de governo Bolsonaro agravaram qualquer previsão. O que vivemos nesse último mandato presidencial representa o retrocesso ao que havia de pior no Brasil Colônia e Brasil ditadura, o achaque permanente aos Direitos Humanos e Trabalhistas dos mais vulneráveis, à corrosão da nossa soberania e a destruição da floresta Amazônica e nossos outros biomas para o roubo de terras e práticas extrativistas pela parte do agronegócio, mineração e garimpo que pratica o atraso predatório. O resultado, um aumento de 57% no desmatamento da Amazônia no período ambiental mais crítico que o Brasil e o mundo já enfrentaram devido a Crise Climática junto a um retumbante fracasso social e econômico durante uma pandemia onde pelo menos 400 mil mortes poderiam ter sido evitadas.            

Lula e a ação climática

Agora, estamos em meio a uma eleição onde tudo indica que teremos a volta do ex-presidente Lula ao poder liderando uma frente ampla de 10 partidos de centro-esquerda e com muita disposição ao diálogo. O mesmo já declarou recentemente junto ao seu ex-ministro das relações exteriores, Celso Amorim, defensor da pauta, que a Ação Climática, Agenda Ambiental e Proteção dos Povos Indígenas serão prioridades do seu governo tanto internamente como na iniciativa de reformulação da governança da geopolítica global. De maneira contundente, essa declaração foi feita no lançamento do livro “O Lugar do Brasil no Mundo”, de Ricardo Stuckert, seu fotógrafo oficial de longa data. Esse ato simbólico é muito importante e nos enche de esperança, pois, devido aos desejos do destino, a provável volta do presidente Lula será no momento mais crítico da história da humanidade para agir decisivamente contra a Crise Climática. 

Precisamos transformar como o mundo funciona no que se refere a sua relação com o meio ambiente e garantir a nossa sobrevivência como a entendemos nesses 8 anos que restam até 2030, contendo o esquentamento global em até 1,5C e, assim, evitando extremos climáticos ainda mais catastróficos do que temos acompanhando, com cada vez maior intensidade e frequência, por todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento que são menos responsáveis por essa crise e sofrem com 98% dos desastres climáticos (ONU) e aqui no Brasil. O mundo demanda o Brasil, por sua liderança e peso geopolítico como também porque nosso maior e mais importante bioma, a Amazônia, tem um papel fundamental na regulação do clima global junto às florestas tropicais do Congo e da Indonésia, aos oceanos e pólos Norte e Sul. Nesse contexto temos uma agenda lotada nos próximos meses com a votação do 1o turno dia 02 de outubro, do 2o turno dia 30 de outubro e com a realização da COP 27 de 7-14 de novembro no Egito. 

COP 29 no Brasil em 2024?

Dessa maneira, será muito importante que o nosso próximo presidente eleito, que desejamos ser Lula, apresente uma agenda nacional comum em um sinal político pré-COP, entre o fim do 2o turno e o início da COP 27, que sinalize que o Brasil está de volta para liderar a Ação Climática Global com Justiça Climática entre o Mundo Majoritário (América Latina, África e Ásia) e os países ricos de maneira capaz de efetivar uma dinâmica de colaboração transnacional inclusive entre as duas grandes potências e maiores emissores globais que são os EUA e a China e assim não deixar no ar a negociação de nossas pautas até a COP 28 em novembro de 2023 no Emirados Árabes Unidos. Entre pontos destacados dessa agenda comum estão: (1) a progressiva diminuição do desmatamento; (2) a proteção dos povos indígenas com a criação do Ministério dos Povos Originários; (3) a reativação do Fundo Amazônia por meio de decreto presidencial e retomada de atividades diplomáticas com a Noruega, Alemanha e União Européia como um todo; (4) o reconhecimento da Crise Climática como uma crise de segurança internacional que demanda a reforma do Conselho de Segurança da ONU com a adição do Brasil, Índia, África do Sul, Japão e Alemanha e; (5) postular a realização da COP 29 no Brasil durante o primeiro mandato da próxima presidência onde essa nova governança geopolítica internacional seja proposta e negociada para a efetiva resolução da Crise Climática dentro da janela de oportunidades que temos até 2030. Após a COP 28 no EAU, a COP 29 será em 2024, estando em disputa entre os países do Mundo Majoritário e a Austrália.     

Entretanto, o que significa o Brasil como líder Climático Global e Superpotência Ambiental para a vida das nossas Donas Maria e Seus José, a espinha dorsal do povo brasileiro? Para que uma coisa seja a outra precisamos de um projeto nosso, próprio, que tenha como prioridades a redução das desigualdades e um novo modelo de desenvolvimento onde a economia sirva o nosso povo e a natureza e não o contrário. 

NAVE, o Novo Acordo Verde Brasileiro

Nesse sentido foi criado o NAVE, movimento social dedicado à criação e realização do Novo Acordo Verde Brasileiro, composto de lideranças sociais, políticas e especialistas que produzem em conjunto projeto de políticas públicas, programas e intervenções físicas e digitais capazes de transformar essa visão em realidade junto a nossa comunidade ambientalista histórica e principalmente, todo o povo brasileiro. 

Vivemos hoje os resquícios do sonho americano, American Dream, onde a ideia central se baseava no fato de que com as Forças Armadas mais poderosas do mundo os EUA garantiriam a ordem mundial e a segurança dos seus cidadãos, e que o cidadão americano só precisaria trabalhar honestamente para ter uma casa grande, vários carros, posses e uma família, com os EUA em 1o lugar sempre. Pois bem, essa ideia que foi o espírito do tempo no século XX criou um país que com 4% da população mundial consome 25% dos recursos do planeta, que pecou demasiadas vezes por um imperialismo econômico militar e que com sua lógica disseminada de forma dominante no planeta aumentou a desigualdade global (Piketty) e gerou a maior falha de mercado da história, a Crise Climática. Vivemos mal hoje por todo o mundo enquanto prejudicamos a natureza para acumulação de capital por muitos poucos. 

Um novo sonho…

Precisamos de um novo sonho que se transforme no espírito do tempo do século XXI. O NAVE é o Sonho Brasileiro, uma vida melhor e cheia de significado para o nosso povo fazendo o bem para a natureza e um mundo melhor para todos. Que este seja o século do Brasil e que o Sonho Brasileiro se torne o espírito do nosso tempo na superação da Crise Climática nessa linda nave que é o nosso planeta.

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