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Floresta Amazônica emite mais CO2 do que absorve

Péssima notícia: cientistas comprovam que a Floresta Amazônica está emitindo mais CO2 do que ela é capaz de absorver. O desmatamento é responsável pela diminuição da capacidade da floresta de absorver gás carbônico e por transformar o bioma em uma fonte de emissão de carbono.

 

O estudo do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), liderado pela pesquisadora Luciana Gatti e publicado hoje (15) na revista Nature, analisou a absorção de carbono em localidades da Amazônia com diferentes taxas de desmatamento. As emissões foram dez vezes maiores em áreas com mais de 30% de desmatamento – e apenas 18% das emissões por queimada estão sendo absorvidas pela floresta.

 

Os pesquisadores recolheram aproximadamente 8 mil amostras em mais de 600 voos, durante nove anos de estudo em quatro localidades da Amazônia – que representam cada região da floresta. Foram encontradas diferentes taxas de desmatamento nas áreas estudadas. As regiões mais desmatadas, com uma taxa de mais de 30% de desmatamento, apresentaram uma estação seca estressante para a floresta: mais seca, mais quente e mais longa.

 

De acordo com o ex-conselheiro científico do Reino Unido e presidente da CCAG (Climate Crisis Advisory Group – em português, Grupo Consultivo de Crise Climática), Sir David King, “essas descobertas são resultado direto de uma crescente classe média em todo o mundo que pressiona a produção de carne bovina e soja, bem como da mudança catastrófica do atual governo brasileiro na direção das políticas. É uma acusação devastadora de sua trajetória atual, já que passaram de um dos países mais progressistas em termos de gestão de emissões para um dos piores. Devemos continuar a pressionar quem está no poder a reconsiderar, a garantir um futuro melhor não apenas para o povo do Brasil, mas para a saúde do planeta.”

 

De 2010 a 2018, a Amazônia brasileira foi responsável por lançar 1.06 bilhões de toneladas de CO2 para a atmosfera por ano em queimadas. O balanço de carbono, ou seja, o saldo final entre absorções e emissões foi de 0,87 bilhões de toneladas por ano. Com isso, a pesquisa aponta que, sem queimadas, a Amazônia brasileira retiraria da atmosfera 0,19 bilhões de toneladas de CO2 por ano.

 

A maior emissão de carbono acontece na localidade leste da floresta, nos estados do Pará e Mato Grosso, e ocorre por causa da grande quantidade de queimadas e de menor absorção de CO2 pela própria floresta. “Durante os meses de agosto, setembro e outubro a redução de chuva é muito acentuada nestas regiões, aumentando a temperatura em mais de 2 ̊C, além da duração da estação seca estar maior. Esta condição promove um aumento da inflamabilidade da floresta e da mortalidade das árvores, que são típicas de uma floresta tropical úmida”, explica a pesquisadora Luciana Gatti.

 

O desmatamento também altera a condição climática na Amazônia, afetando a capacidade da floresta de absorver carbono. Gatti é categórica ao afirmar que a redução de emissões de CO2 da floresta passa por uma estratégia de combate ao desmatamento e queimadas: “Com isso, contribuiríamos também para um aumento da chuva e redução da temperatura na região, formando um ciclo positivo que também afeta o restante do Brasil, a América do Sul e o planeta”.

 

Segundo Mercedes Bustamante, membro do Climate Crisis Advisory Group, “o destino da Amazônia é central para a solução da crise climática e de biodiversidade. Os ecossistemas amazônicos são um dos elementos mais críticos do ciclo global do carbono e do sistema climático. Atualmente, 18% da Amazônia já foi desmatada, e 17% está em processo de degradação. As perturbações também colocam a biodiversidade em risco, afetando o funcionamento e a produtividade dos ecossistemas. Parar o desmatamento e as queimadas associadas e investir na restauração de ecossistemas degradados na região são pontos críticos para travar a espiral de degradação.”

Texto: Pedro Braga e Alessandro Meiguins
Apoio: Agência Bori

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