No dia 22 de julho o relógio no cabeçalho do site de @Fervuranoclima baixará da faixa de sete para a de seis anos. Dê uma olhada. Clique na home. Veja quanto tempo temos para atingir a meta capaz de nos proteger dos piores impactos da crise do clima. O relógio, em movimento constante, marca o tempo restante para a humanidade reduzir as emissões de gases de efeito estufa pela metade e assim evitar o pior da crise climática. Do lado direito do relógio (ou na parte de baixo) há dois outros números. Um acompanha a porcentagem de energia mundial que é renovável (solar, eólica etc.) e o segundo, a quantidade de terras de povos indígenas demarcadas. São duas das principais maneiras de se preservar o clima terrestre, de acordo com os cientistas: trocar a energia fóssil (gasolina, diesel, carvão e gás) por fontes limpas e dar condições de os indígenas preservar suas florestas.
O relógio do clima é um projeto idealizado pelos artistas estadunidenses Gan Golan e Andrew Boyd. O primeiro foi instalado em tamanho gigante na fachada de um edifício em Berlim, no ano de 2019, o segundo em outro prédio, este em Nova York, e o terceiro em Seul, em 2021. Há fotos. Basta clicar no relógio.
@Fervuranoclima publicou o seu relógio junto com a mais nova versão do site em 2022. O mesmo relógio existe em formato portátil. Você talvez tenha visto versões deste nas mãos de jovens indígenas em manifestações pela Amazônia na Avenida Paulista, por exemplo.
A história da versão portátil do relógio do clima é divertida. Veja como é contada pelos inventores:
– Em setembro de 2019 recebemos um e-mail dizendo que “Greta pediu um relógio”.
– Greta?
– Aquela Greta.
Ela queria segurar este relógio durante seu discurso na frente da Assembleia Geral da ONU… em nove dias! (parecia impossível) Mas este relógio era para Greta. E ninguém faz nada a menos que esteja dentro de um prazo. Seja construindo um relógio estranho. Seja salvar o mundo.
Então, ligamos o sinal do Batman para nosso círculo de criativos e, na noite seguinte, reunimos uma equipe de programadores, criadores, designers, artistas e ativistas para não apenas fazer um relógio para Greta, mas, impulsionados pela atenção que seu discurso inevitavelmente atrairia, lançaria o esforço necessário do Relógio Climático que planejamos originalmente.
Entregamos o relógio para ela na noite anterior ao seu grande discurso. “Vamos fazer isso!”, voltou sua mensagem de vídeo sorridente (que desde então se tornou o grito de guerra não oficial do nosso projeto).
Na manhã seguinte, estávamos todos a postos com nossos laptops prontos para lançar o site recém-construído e inundar o mundo virtual com as hashtags #ClimateClock e #ActInTime e #TheMostImportantNumberInTheWorld assim que Greta, relógio ao seu lado, fizesse seu discurso para o mundo.
MAS a segurança da ONU não queria deixar Greta entrar no prédio da ONU com o relógio. “Gente! Meu! É apenas um bloco de luzes LED digitais em furiosa contagem regressiva! Vocês acham que parece uma bomba? Bom. Ok. Talvez seja porque na verdade é uma bomba. Ou ao menos o símbolo de uma bomba. Uma bomba relógio em câmera lenta que estamos detonando sobre nossas próprias cabeças e sobre o mundo natural”.
A ideia da Greta, sempre segundo o site de #ClimateClock, era entregar o relógio para o Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres. Mas a segurança não deixou. No fim, ela levou o relógio para a Califórnia, junto com seu pai, no carro elétrico emprestado por Arnold Schwarzenegger.
E assim caminha a humanidade. No dia 22 agora, o relógio marcará menos de sete anos pela primeira vez. É hora de acelerar o passo.